XXII CNL termina pedindo fim da burocracia e mais multimodalidade
O tema “Futuro da Logística, Transporte e Infraestrutura”, encerrou a XXII Conferência Nacional de Logística, realizada pela Abralog durante a 25ª Intermodal, em São Paulo. As discussões do terceiro dia do evento centraram-se na burocracia fiscal que dificulta os processos logísticos, a falta de investimentos e a necessidade da interligação de todos os modais. Veja o primeiro dia. Acompanhe também como foi o segundo dia.
Hoje, o País investe muito pouco em infraestrutura e a maior parte desses gastos vai para manutenção. “Para ampliar a nossa infraestrutura, são necessários R$ 500 bilhões de investimento em ferrovias, R$ 496 bilhões em rodovias e R$ 30 milhões no modal aéreo. A infraestrutura é um meio de crescimento e geração de riqueza, que precisa ter metas, marco regulatório, desburocratização para atrair investimentos internos e externos”, explicou Priscila Santiago, Coordenadora de Economia da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Gestão de portos
Até 2030, a previsão é que os portos no País devam ser operados com a ajuda da inteligência artificial, em relação a circulação de mercadoria e gestão diária de seus processos. Mas, é preciso colocar isso logo em prática, visto que em várias partes do mundo, esse conceito já está muito bem aplicado, informa Angelino Caputo e Oliveira, diretor-executivo da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (ABTRA). “Isso fará com que o país se torne mais eficiente fortalecendo a sua competitividade no mercado internacional”.
Marcelo Braga, vice-presidente da IBM Cloud Brasil, explicou que com a integração de novas tecnologias, o comércio global pode crescer 15% nos próximos anos, visto que a melhoria dos processos traz rapidez e eficiência no atendimento da demanda, explicou
Responsável pela operação de caminhões e containers em um terminal no Porto de Santos, Ricardo Sproesser, Diretor de Relações Institucionais da DP World Santos, disse que para enfrentar a competividade, o mercado tem buscado a boa gestão de seus processos e informações. “Biometria para melhorar o fluxo de entrada e saída de caminhões, rastreamento, estocagem e pesagem de containers para otimização do espaço e rapidez nos processos são algumas das tecnologias que já existem em terminais de Santos”.
Sobre o transporte aéreo de carga no Brasil, Eduardo Rodrigues Calderon, Diretor de Cargas da Gol Linhas Aéreas, afirmou que esse modal pode ser uma alternativa rápida e eficiente para a logística no País. Hoje, o setor é responsável por 0,4%, sendo que a média mundial é 1%. “Temos um potencial enorme de crescimento para os próximos anos, que deve vir dos setores de e-commerce, farmacêutico, automotivo, varejo, químico e manufaturado”, disse Calderon.
TEMOS DUAS LOGÍSTICAS – André Alarcon de Almeida Prado, CEO da BBM Logística, lembrou a necessidade de readequar a matriz de transporte brasileira, um equilíbrio necessário para seja possível a multimodalidade em nosso país. “No Brasil temos duas logísticas, a de produtos e a fiscal. Precisamos que os processos sejam simplificados pelo governo para trazer eficiência no dia a dia”, destacou.
Marcus Voloch, Diretor de Cabotagem e Mercosul da Aliança Navegação e Logística, comentou que existe falta de informação no mercado e também no governo sobre o conceito de cabotagem. Para ele, a cabotagem não vive sem a multimodalidade, sem uma infraestrutura organizada e sólida. “A estrutura do transporte feito pela Aliança, além do navio, inclui caminhão, trem e terminal, pois 70% da nossa carga é porta a porta. Cabotagem não é só navio, mas sim multimodalidade”.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) Vicente Abate, comentou que os investimentos das empresas concessionárias de ferrovias foram superiores a R$ 90 bilhões nos últimos vinte anos, até porque as ferrovias foram recebidas totalmente deterioradas pela falta de investimentos públicos nas décadas de 80 e 90.
Segundo ele, já existe revisão de construção de ferrovias estratégicas como uma parte da FICO – Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (483 km entre Água Boa/MT e Mara Rosa/GO) e o Ferroanel de São Paulo, obra emblemática aguardada há mais de 30 anos. Além da Ferrovia Norte-Sul, com extensão de 1.537 km, e que é parte de um corredor de aproximadamente 3.700 km em mesma bitola, que ligará o porto de São Luís/MA ao porto de Santos/SP.
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