Sucessão familiar desafia setor de transporte rodoviário de cargas

Zorzin Logística adota modelo estruturado com foco em meritocracia e planejamento de longo prazo.

A sucessão familiar continua sendo um dos principais desafios das empresas brasileiras, especialmente no setor de Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), onde a maioria das companhias é de origem familiar. Segundo dados do IBGE e do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), apenas 10% das empresas familiares alcançam a terceira geração e somente 3% ultrapassam essa marca.

Com mais de 50 anos de atuação, a Zorzin Logística é comandada atualmente pela terceira geração da família fundadora. À frente da diretoria administrativa, Gislaine Zorzin lidera, ao lado do irmão, um processo sucessório estruturado que busca equilibrar o legado da empresa com uma gestão profissional. Segundo ela, a empresa adota um plano de desenvolvimento de competências voltado aos familiares com interesse e aptidão para o negócio, sempre com base na meritocracia.

A executiva destaca que um dos maiores desafios é equilibrar tradição e inovação. “Não há espaço para privilégios, mas sim para quem agrega valor real ao negócio”, afirma Gislaine. Para isso, a empresa aposta em escuta ativa, diálogo entre as gerações e práticas como mentorias, formações específicas e o apoio de um conselho consultivo que evita decisões baseadas em vínculos afetivos.

Apesar da aposta na sucessão familiar, Gislaine defende que esse não deve ser o único caminho. Caso não haja continuidade pela família, um modelo de gestão profissional ou de partnership pode assegurar a perenidade da empresa, desde que alinhado aos valores da organização.

Ela reforça que a sucessão deve ser encarada como um processo, não um evento. “Exige planejamento, tempo e disposição para o diálogo. Discutir o tema com responsabilidade é o primeiro passo para garantir o futuro de qualquer empresa”, conclui.

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