Setor naval de Manaus cresce com força puxado pelo agronegócio

Demanda por balsas para escoar safra de soja impulsiona polo industrial da Zona Franca. Faturamento cresceu 741% em janeiro.
O setor naval da Zona Franca de Manaus (ZFM) registrou aumento de 741% no faturamento em janeiro de 2025 em comparação com dezembro de 2024. Os dados são do Painel Econômico do Amazonas (PEA), levantamento do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM). Em relação a janeiro do ano passado, o crescimento foi de 405%.
O principal fator por trás da expansão é a demanda do agronegócio do Centro-Oeste, especialmente pela safra recorde de soja, estimada em 164,4 milhões de toneladas para 2025, segundo o IBGE. Parte significativa da produção é transportada por balsas construídas em Manaus, que seguem pelos rios amazônicos até se conectarem com navios rumo à exportação.
Atualmente, 14 estaleiros operam na região, com destaque para empresas como Bertolini e ERAM. As embarcações produzidas atendem tanto a portos locais, como Super Terminais e Chibatão, quanto a armadores internacionais, como Aliança e CMA-CGM.
De acordo com o CIEAM, o setor emprega mais de 2.700 pessoas diretamente. Parte dessas vagas é preenchida por trabalhadores sem qualificação prévia, que passam por cursos de formação, como o de soldagem naval, em parceria com o SENAI.
As embarcações fabricadas em Manaus são voltadas ao transporte de contêineres, grãos sólidos (como soja e milho) e grãos líquidos (como combustíveis), com adaptações específicas para a navegação interior. A estiagem dos rios em 2023 e 2024 acelerou a demanda por embarcações de menor calado, favorecendo os estaleiros locais.
Para o CIEAM, o desempenho do setor em 2025 mostra como Manaus tem assumido papel cada vez mais estratégico na logística do agronegócio nacional.
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