Segurança no transporte: estratégias contra roubo de cargas

Mesmo com a redução de ocorrências, prejuízos financeiros crescem e exigem medidas preventivas.

O roubo de cargas segue como um dos desafios mais críticos para o transporte rodoviário no Brasil, afetando empresas, consumidores e a economia. Segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), em 2024 foram registrados 10.478 roubos no país, uma queda de 11% em relação a 2023 e de 59,6% em comparação a 2017. No entanto, o valor das mercadorias subtraídas cresceu 21% em um ano, atingindo R$ 1,217 bilhão, o que indica uma maior sofisticação dos criminosos, que focam cargas de alto valor.

Para mitigar os riscos, empresas como a Zorzin Logística adotam estratégias de prevenção, monitoramento em tempo real e atuação em rede. Gislaine Zorzin, diretora administrativa da transportadora, explica que a empresa implementa protocolos de análise de risco conforme rotas e horários críticos. “Os motoristas recebem treinamentos contínuos sobre segurança, comportamento em situações de risco e protocolos emergenciais. Nosso gerenciamento de risco acompanha as rotas online durante todo o trajeto”, afirma.

Entre as soluções adotadas, a empresa investe em rastreamento avançado, telemetria integrada e sensores inteligentes para detectar mudanças bruscas de trajeto ou paradas não programadas. Além disso, utiliza bloqueadores remotos para imobilização do veículo em caso de tentativa de roubo. Essas medidas têm reduzido a exposição da frota a situações de risco e aumentado a eficiência operacional.

Apesar dos avanços, desafios persistem, como a falta de fiscalização, penalizações brandas para criminosos e a necessidade de maior integração tecnológica entre transportadoras e órgãos de segurança pública. Gislaine reforça a importância de um esforço conjunto: “A segurança no transporte não depende apenas das empresas. É necessário um trabalho integrado entre transportadoras, entidades de classe e órgãos públicos para coibir a criminalidade e garantir um ambiente mais seguro para a atividade logística”.