Oito mulheres líderes desafiam o Glass Ceiling

Independente de qualificações e habilidades, um fator determinante tem impedido a ascensão profissional de muitas mulheres: o gênero feminino. Barreira que é causada pela discriminação sistêmica que envolve variadas questões, mas dentre elas a antiga crença de “não conseguir conciliar a vida profissional com a pessoal”.

Esse fenômeno chamado “Teto de Vidro” (Glass Ceiling) é discutido desde a década de 1980 e se refere à barreira invisível que impede ou dificulta o acesso de mulheres aos cargos de liderança. De acordo com o Panorama da Experiência do Colaborador 2023, elaborado pela Pin People, as mulheres estão em desvantagem na corrida por oportunidades de crescimento profissional, atrás dos homens. Enquanto eles ultrapassam a marca dos 60%, elas não conseguem atingir esta meta. Isto nos leva à reflexão sobre como aquelas que conseguiram ascender desafiam os Glass Ceiling.

Veja abaixo dicas de oito líderes inspiradoras:

1. Clareza de Informação

Por Gabriela Castro I Gerente Financeira da Bilheteria Digital

Gabriela Castro tem 33 anos e é a gerente financeira da Bilheteria Digital, ticketeria que possui mais de 15 milhões de bilhetes emitidos e 115 mil downloads em seu aplicativo e gerencia três pessoas.

“Acredito que é fundamental explicar ao colaborador o objetivo de suas tarefas e não apenas solicitar que seja feita. É necessário que ele entenda o porquê da execução da atividade. Penso que isso cria uma certa integração e sensação de pertencimento ao time, gerando uma boa comunicação com a equipe”, conta Gabriela.

Thena Torres tem 37 anos e é gerente de expansão da DrCash, fintech que oferece crédito às pessoas para procedimentos em clínicas médicas e de estética não cobertas por planos de saúde.

“Atualmente faço gestão de 10 pessoas e os principais desafios vencidos foram estabelecer autoridade, gerir conflitos, estabelecer e alcançar metas e estabelecer limites claros com a equipe. Costumo dizer que é necessário estabelecer metas realistas, ter uma comunicação clara, ouvir atentamente as necessidades e opiniões dos membros da equipe e estar disponível para ajudá-los”, recomenda Thena.

Alessandra Fonseca tem 34 anos e é a CMO da Fit Anywhere, startup que possibilita treinos exclusivos e personalizados para aulas de diversas modalidades.

“Sobre gestão costumo aconselhar dois pilares: Planejamento – para prever o que é possível, definir metas e estratégias, diminuindo falhas e ansiedades e Força para Levantar – quando o planejamento não ocorre como o esperado e precisamos de resiliência para recomeçar”, diz Alessandra.

Por Rafaela Severo I Chief People Officer da GRUV

Regiane Avelar tem 39 anos e é gerente de Comunicação e Marketing da Qualifica Cursos, edtech especializada em educação, tecnologia e inovação.

“A primeira dica e mais importante é praticar o autoconhecimento e promover a busca dele para os liderados. Somente assim é possível melhorar alguns pontos e fortalecer outros. A segunda é praticar a liderança consciente, que trata de fortalecer as pessoas, de forma que sejam bem-sucedidas, guiadas pelo propósito, com foco na estratégia da empresa. E, pra fechar, é manter um canal de comunicação aberto com todas as hierarquias, isso facilitará a circulação de informações, bem como criará laços entre os departamentos e colaboradores. Assim, somando forças e ideias, é possível promover a transformação, por meio da cultura de compartilhamento e, por consequência, fortalecer a atuação e potências das mulheres”, conta Regiane.

Isabella Botelho tem 35 anos e é Co-Founder e CRO da Pin People, hrtech que oferece soluções de gestão da experiência do colaborador.

“Meu principal conselho para uma gestão eficaz é ser transparente. Se somos transparentes com as pessoas, compartilhando as dores e fraquezas e o que fazemos para superá-los, isso aumenta as chances de um time transparente. Entendo que isso só nos ajuda a gerir as pessoas de uma forma mais genuína, presente, que vai além de ter as pessoas apenas para batermos a meta da empresa. Estamos ali juntos, com o mesmo objetivo e somos um time composto por pessoas de verdade”, orienta Isabella.

Arine Rodrigues tem 33 anos e é CEO e gerente de Negócios da Vida 60 Mais, marketplace com o objetivo de promover o empreendedorismo, a autonomia e o convívio social de milhões de pessoas maduras. Ela explica que a sua carreira foi construída em indústrias com cargos de gestão, em sua maioria ocupada por homens.

“É preciso coragem! Que seja feita com coragem, de forma participativa e atualizada. Que seja sempre aberta a desafios e a novos olhares e opiniões. Importante buscar e aprender com os dados, pois sem eles é impossível fazer um bom gerenciamento, mas é fundamental não esquecer daquilo que nos move e da nossa intuição que precisam falar mais alto em certos momentos para seguirmos felizes no que nos propomos a fazer”, indica.

Suíça-guatemalteca radicada no Brasil, Nathalie Trutmann foi executiva e liderou vários projetos, já realizou mais de 200 palestras em mais de 50 empresas, faculdades e eventos. Na lista do seu portfólio de palestras realizadas estão: Gerdau, Itaú, Claro, Philips, Beiersdorf, Allergan, Coca-Cola, Pepsico, Scania, Bayer, BID, Nestlé, MasterCard, SAP, Oracle, Yahoo! Google, Oath, Red Bull e Kimberly Clark, dentre outras.

“O mais importante, na minha visão, é manter-se honesto aos valores pessoais e não se colocar em dúvida. Ter uma capacidade ambidestra, de visão, de execução, gerar soluções de forma coletiva e executar sinergicamente. É essencial inspirar e ser exemplo para a equipe”, finaliza Nathalie.

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