Novo estoque de galpões pode cair em 2025, aponta Binswanger
Novo estoque de galpões pode cair em 2025, aponta Binswanger
Consultoria avalia que entregas podem ser menores do que o previsto devido a desafios macroeconômicos.
A demanda por locação de galpões logísticos segue em alta, impulsionada por empresas de comércio eletrônico, farmacêuticas, alimentos, bebidas, vestuário e calçados. Apesar da previsão de um acréscimo de 7,8% no estoque em 2024, totalizando 2,69 milhões de metros quadrados, a consultoria Binswanger Brazil alerta que as entregas podem ser menores diante do cenário macroeconômico adverso, com inflação acima da meta do Banco Central e juros elevados.
A absorção líquida de galpões cresceu 12% em 2024, atingindo 2,66 milhões de metros quadrados, enquanto a absorção bruta subiu 5,2%, para 4,44 milhões de metros quadrados. O estoque entregue avançou 12,3%, somando 2,49 milhões de metros quadrados no período.
O setor registrou um marco inédito ao atingir a absorção bruta de 1 milhão de metros quadrados em três trimestres consecutivos. De outubro a dezembro, as contratações totalizaram 1,1 milhão de metros quadrados, um aumento de 22,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A taxa de vacância caiu de 9,99% para 8,34%.
O comércio eletrônico segue como principal demandante de galpões. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o setor faturou R$ 204,3 bilhões em 2024, alta de 10%. Já o Índice do Varejo Stone (IVS) apontou que as vendas digitais cresceram 7,7%, enquanto o varejo físico recuou 2,1%.
Além do varejo e da indústria, data centers ganham espaço no mercado de galpões. O avanço da inteligência artificial e da infraestrutura digital tem impulsionado investimentos no setor, com empresas buscando terrenos e licenças para novos empreendimentos.
Apesar da demanda sólida, o cenário macroeconômico pode impactar o ritmo de novos projetos. A expectativa do mercado é que a Selic atinja 15% ao ano em 2025, elevando o custo do capital e tornando aplicações em renda fixa mais atrativas do que investimentos em locação de galpões. Em 2024, a rentabilidade dos fundos imobiliários do setor caiu 11% devido aos juros elevados.
Foto: Divulgação