Presidente do Mercado Livre quer farmácias vendendo no marketplace
Em uma live promovida pelo InfoMoney, Stelleo Tolda, presidente de e-commerce do Mercado Livre na América Latina, e Tulio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago, falaram sobre as operações, planos e contas da empresa durante a pandemia.
Somente no quaro semestre de 2020, o Mercado Livre obteve receita de US$ 1,3 bilhão, crescimento de 97% sobre o mesmo período do ano anterior. Considerando o total do ano o valor chegou a US$ 4 bilhões, numa alta de 73%.
“No acumulado do ano passado, ficamos praticamente no zero a zero, sem lucro, nem prejuízo. Houve pressão de custos, como aumento do gasto da frota com combustíveis, mas também houve investimentos pesados em logística. Faz parte da nossa estratégia de ganhar escala”, explicou Tolda.
De acordo com Tolda, o Brasil é um dos países que mais impulsiona o crescimento da plataforma, apesar do crescimento significativo do marketplace em outros países da América Latina.
Supermercados e farmácias
Com relação aos planos para o futuro, Tolda citou a parceria com o Grupo Pão de Açúcar, que deve fortalecer a presença do Mercado Livre no segmento de supermercados.
Por enquanto, só conseguimos fazer a entrega de produtos secos, mas a expectativa, e estamos estudando a melhor logística para isso, é de que nos próximos meses a gente também possa entregar produtos congelados”, disse o executivo.
Além disso, Tolda falou sobre a possibilidade dos marketplaces brasileiros começarem a vender produtos farmacêuticos. Segundo ele, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), está analisando o cenário com as vendas feitas com a participação de parceiros.
Investimentos
O Mercado Livre planeja investir R$ 10 bilhões em 2021 no Brasil, principalmente no setor logístico. Outro destaque da conversa foi para o investimento em crédito para pequenas empresas.
“Tivemos crescimento em todos os seguimentos, de wallet, de maquininhas. Apenas os pagamentos online saltaram 143% de um ano para o outro, e a área de crédito também cresceu”, afirmou o vice-presidente do Mercado Pago.
Oliveira explicou que além do crescimento dentro das vendas no Mercado Livre, as soluções de pagamento do Mercado Pago começaram a se destacar também fora da plataforma. Somente entre o segundo e o terceiro trimestre de 2020, o Mercado Pago conquistou mais de 9 milhões de clientes no Brasil.
Para o VP, a fintech estava pronta para absorver o aumento de demanda com a rápida digitalização vista no último ano, além de parcerias estratégicas da marca.
Correios
Durante a live, os executivos comentaram ainda sobre interesse de aquisição dos Correios em caso de um leilão. A empresa acompanha os trâmites da possibilidade de privatização da estatal em um futuro próximo.
“Em 2017, nossas entregas eram 95% feitas via Correios. Hoje, são menos de 10%. Se os Correios forem privatizados, e eu como brasileiro quero isso, podemos até pensar em voltar a aumentar nossas entregas com a empresa, sob uma gestão melhor. Mas a gente comprar os Correios não é uma possibilidade”, concluiu Tolda. Fonte: InfoMoney