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Mercado Livre passa a usar robôs em centro de distribuição em SP
O Mercado Livre anunciou, nesta quarta-feira (5), que está introduzindo robôs na operação de coleta de produtos em seu segundo maior centro de distribuição no Brasil, localizado em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo. No local, são processados cerca de 500 mil pacotes por dia e o objetivo é agilizar o processo de coleta de produtos, chamado de “picking”.
Os robôs móveis autônomos (conhecidos também como AMR, de Automated Mobile Robots) foram desenvolvidos em parceria com a chinesa Quicktron. A gigante do e-commerce estima que essa automação deve trazer dois resultados principais: baixar o tempo de processamento dos pedidos em 20% e reduzir em 70% a distância percorrida por dia pelos funcionários da área.
A proposta é que, em vez de o funcionário ter que se locomover até as prateleiras para guardar um produto que chegou do vendedor ou para coletar um produto que foi vendido, a própria prateleira seja levada até o funcionário, com a ajuda de um dos robôs.
A automação foi efetuada numa área fechada no quarto andar do centro de distribuição, onde há centenas de estantes com caixas de produtos vendidos no marketplace. Esses robôs, que parecem um aspirador-robô grande, de 1 metro de diâmetro e 145 quilos, se colocam embaixo das estantes, suspendem a estante e aí se locomovem, carregando-a até o ponto onde está o funcionário, numa velocidade de 2 metros por segundo. Cada robô consegue carregar até 600 quilos e tem autonomia de 8 horas. Quando a bateria está no fim, o próprio robô se direciona para a área de carregamento.
Além da eficiência, há uma economia de espaço, que possibilita que o centro de distribuição em Cajamar armazene de 10% a 15% mais itens por metro quadrado.
Durante a fase piloto, que durou cerca de três meses, foram testados 100 robôs, número que aumentará para 334 até o fim deste ano. A partir do ano que vem, a companhia planeja levar a automação para outros CDs no Brasil e na América Latina.
Esse tipo de robô já é comum em grandes empresas estrangeiras que atuam com logística, como Amazon e DHL, mas, segundo o Mercado Livre, é inédito na América Latina.
Contratações e investimentos em alta
A empresa não revela quanto foi investido especificamente neste projeto, e diz apenas que o montante faz parte dos mais de R$ 23 bilhões que devem ser investidos no Brasil neste ano. Segundo Fernando Yunes, VP Sênior e líder do Mercado Livre no Brasil, o total de investimentos deve superar a previsão inicial de R$ 23 bilhões, divulgada anteriormente, mas a companhia ainda não soube precisar o novo valor.
Outra estimativa ampliada pela empresa foi a de contratações previstas para o ano, que passou de 6.500 para 11 mil, chegando a um total de 33,7 mil funcionários no país ao fim de 2024. De acordo com Yunes, o foco principal dessas novas vagas devem ser as áreas de logística e tecnologia.
A companhia também anunciou o lançamento, neste ano, de três novos centros de distribuição no país: em Pernambuco, Porto Alegre e Brasília.
‘Taxa das blusinhas’
Questionado sobre o projeto de taxar em 20% as compras internacionais de até US$ 50 – projeto que ficou conhecido como ‘taxa das blusinhas’ -, Yunes afirmou que a empresa é “a favor da isonomia de impostos” e disse esperar que a taxação seja aprovada pelo Congresso e sancionada pelo governo.
Segundo ele, caso isso não ocorra, deve haver um movimento do mercado – e do próprio Mercado Livre – de buscar mais parceiros estrangeiros para vender em seu marketplace.
Fonte: Época Negócios
Fotos: Divulgação