Mercado Livre estaciona plano de centro de distribuição no Ceará
Armando de Oliveira Lima*
Em negociação há mais de um ano com o governo do Ceará para a instalação de um centro de distribuição (CD) no Estado, o Mercado Livre informou que estacionou este plano. Luiz Augusto Vergueiro, diretor sênior de Logística da empresa, disse com exclusividade ao O POVO que o investimento no modal aéreo para agilizar as operações foi a opção para o momento e atende a demanda atual para as cidades cearenses.
“A gente mudou a estratégia de malha. Hoje, a gente atende Fortaleza e grande parte das regiões mais densas do Ceará via área. Então, a malha que a gente construiu com a Gol em aviões cargueiros dedicados faz com que a gente acabe chegando mais rápido saindo com o portfólio inteiro de São Paulo”, explicou.
A parceria citada por Vergueiro completou seis meses em março e teve a entrega do quarto avião exclusivo para as operações do Mercado Livre entregue na última semana pela Gollog, subsidiária da companhia aérea no setor de cargas.
O objetivo declarado pela plataforma de vendas on-line é de reduzir as entregas em até 80% do tempo para distâncias maiores, com destinos no Norte e no Nordeste, e em 50% nas distâncias médias, no Centro-Oeste.
Fortaleza, Brasília, Recife (PE), São Luís (MA) e Teresina (PI) são atendidas por duas aeronaves desde setembro do ano passado com produtos vindos dos CDs de São Paulo e Bahia.
Opção não descartada
Perguntado se a operação com aviões elimina o interesse do Mercado Livre em um centro de distribuição no Ceará, o diretor sênior de Logística afirma que “não existe um descarte dessa possibilidade, mas, atualmente, a gente opta por outro modal”.
“Hoje, a gente tem essa alternativa via aérea que já está construída. O processo ainda precisa ganhar mais densidade e volume para poder expandir a necessidade dessa rede. Desenvolvendo a população ali e crescendo o volume que a gente vende na região, isso abre a possibilidade da gente chegar lá com uma operação dedicada”, argumentou.
Barateamento do frete
Já sobre o valor do frete cobrado nas vendas no Mercado Livre sem a possibilidade de um centro de distribuição, Julia Rueff, vice-presidente de Marketplace, argumenta que compras acima de R$ 79 contam com entrega gratuita.
O modelo feito pela empresa é de dividir os custos entre a plataforma e os vendedores em uma tabela interna, que varia de acordo com o valor do item comercializado.
*O jornalista viajou à São Paulo a convite do Mercado Livre
Fotos: Divulgação/Vinicius Stasolla/Mercado Livre
Fonte: O Povo