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Logística sem papel teria impacto positivo para empresas e consumidores
As operações do e-commerce e de logística seriam mais fluídas e eficientes se os processos fossem digitalizados, reduzindo o excesso de obrigações que acompanham uma mercadoria, conforme prevê o projeto “Logística Sem Papel”. Atualmente, até 16 documentos fiscais podem ser impressos em cada operação de compra e venda. A necessidade dessa modernização foi agravada na pandemia de covid-19, conforme aponta Vitor Magnani, Coordenador-Executivo do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP, no webinário “As Vantagens da Logística Sem Papel”, realizado na última quarta-feira (14) pela Entidade.
“A venda pelo digital se tornou a alternativa para a sobrevivência das empresas. Além do aumento de empresas nesse ambiente e do crescimento de mercadorias transportadas pelos que já vendiam no comércio eletrônico, estamos aumentando cada vez mais o uso de modais para entrega, como motos, bicicletas, lockers, etc. A logística tem avançado com a pandemia, mas falta diminuir a burocracia nesse quesito”, afirma Magnani.
A proposta elaborada pela FecomercioSP por meio do Conselho de Comércio Eletrônico (CCE) e um grupo de entidades representativas (ABComm, Abralog, Setcesp, ABO2O e NTC&Logística), sugere a dispensa da impressão dos documentos fiscais auxiliares (como o Documento Auxiliar de Nota Fiscal Eletrônica (Danfe); Documento Auxiliar do Conhecimento de Transporte Eletrônico (Dacte) e o Documento Auxiliar do Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (Damdfe), possibilitando o uso de novas tecnologias para apresentar os dados que estão sendo transportados, como leitor QR ou algo do gênero.
O setor entende que a digitalização de parte dos documentos hoje impressos reduzirá os custos das empresas, aumentado a produtividade e tornará a circulação de mercadorias mais simples, ágil e intensa, impactando positivamente na experiência de compra do consumidor. A proposta também contribui para a melhoria da fiscalização e do cruzamento de informações por parte do governo.
Na transmissão via YouTube, a Diretora de Produtos de Transportadoras da multinacional VTEX, Aline Salles, explica como a burocracia atrapalha a rotina do e-commerce no Brasil. “São 27 Estados, cada um com ‘brechas’ para terem suas próprias leis e especificidades. O embarcador e o e-commerce precisam estar atentos com a documentação exigida em cada localidade. No Recife (PE), por exemplo, a venda superior a três unidades de um produto para o mesmo consumidor pode causar problemas, pois deixa de configurar consumo pessoal por julgar que a pessoa adquiriu os itens com a intenção de revenda”, diz.
O CEO da Flash Courier, Guilherme Juliani, destaca o aumento da segurança para toda a cadeia ao digitalizar a documentação dos produtos a serem entregues. “Toda informação exposta no papel que acompanha a mercadoria pode facilitar a subtração de algum item específico e até o roubo da carga”, afirma ele.
“Existe, de fato, um volume enorme de documentos a serem impressos pelas empresas e transportadoras, sendo que a mercadoria demora para chegar ao consumidor. Se esse consumidor precisa de algo em determinada semana e não tem certeza que vai receber no prazo, ele deixa de comprar no digital. Então, o questionamento que devemos fazer é: qual o impacto positivo para o consumidor em preço e em tempo da ‘Logística sem Papel’? As empresas atuantes no e-commerce podem influenciar nas políticas públicas para melhorar o mercado.”, enfatiza Magnani.
Assista ao webinário na íntegra aqui.
Foto: FecomercioSP/TUTU