É o fim das planilhas na gestão de estoques e frotas?
Por Arnaldo Luz*
Em muitas novelas e filmes – nem tão antigos assim — é possível ver os comerciantes realizando a gestão de sua produção e estoque por meio anotações em cadernos de papel e livros de “Entrada e Saída” de mercadorias. Por muito tempo, essa foi a única forma de controlar as operações de produção e distribuição de matérias-primas e produtos acabados. Com a chegada dos computadores, esse processo migrou para programas ainda rudimentares e difíceis de utilizar. Isso mudou completamente com o surgimento das planilhas eletrônicas como o VisiCalc, software criado por uma equipe de engenheiros da Microsoft liderada por Dan Bricklin e Bob Frankston, no final da década de 1970. Sim, o Excel não foi o primeiro!
Em 1985, a Microsoft lançou o Excel para Macintosh, mas somente em 1987 a primeira versão do programa para Windows passou a ser comercializada. De lá para cá, as planilhas foram evoluindo e ganharam novas funcionalidades. A partir de sua função inicial para realizar cálculos, hoje em dia elas são usadas até mesmo para a criação de relatórios, calendários de gestão de projetos, entre outras finalidades que os usuários foram adotando. Mas elas ainda são confiáveis quando se trata de fazer uma gestão precisa de uma operação de armazenamento ou de distribuição? No caso de pequenos comércios as planilhas eletrônicas podem ajudar no controle, mas já não suprem as necessidades de uma operação maior. Em organizações de médio e grande porte, se valer de planilhas eletrônicas acaba resultando em alto gasto de tempo investido e pouco controle sobre processos de gestão.
Por quê digitalizar?
Na área de logística, a digitalização da gestão de estoque e de frotas tem como principais benefícios a otimização dos recursos para se alcançar uma dinâmica operacional mais eficaz, com menor custo.
Utilizar um Sistema de Gestão de Armazém em cloud – Warehouse Management System (WMS) em inglês – oferece visibilidade de todo o estoque da empresa e gerencia as operações de atendimento da cadeia de suprimentos desde o centro de distribuição até a prateleira do ponto de venda.
O WMS automatiza os processos logísticos de um armazém com o Supply Chain Management (SCM), que é o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos, na tradução para o português. Dessa forma, o que antes era feito manualmente por funcionários, com maior possibilidade de erros humanos, fica sob responsabilidade de um software especializado, conectado a um banco de dados que reúne os registros de todas as movimentações ocorridas no armazém.
Por ser baseado na nuvem, é possível acelerar o sistema de cadeia de suprimentos com rapidez. Com essa solução, as empresas podem maximizar sua mão-de-obra, utilização de espaço e investimentos em equipamentos, coordenando e otimizando o uso de recursos e fluxos de materiais.
No caso da gestão de frota, é possível monitorar com precisão a movimentação dos veículos de transporte de cargas, além de estabelecer as melhores rotas para reduzir o consumo de combustível. O gestor pode controlar as horas trabalhadas por cada motorista, evitando fadiga por excesso de turnos. Isso reflete na diminuição dos índices de acidente de trabalho e no trânsito. Com períodos de descanso adequados, se proporciona uma melhor qualidade de trabalho e de saúde do funcionário, reduzindo proporcionalmente as faltas por problemas de saúde e aumentando sua produtividade.
Um Sistema de Gestão de Transporte em cloud – Transport System Management (TMS) em inglês – permite criar planos de transporte mais eficazes e otimizar os processos, tanto de uma rede logística quanto da gestão de pedidos de entrada e saída junto aos parceiros logísticos. Trata-se de uma solução ideal para suportar a demanda de grandes operações de forma escalável.
O TMS promove a melhoria de processos de contratação de fretes a partir da análise de roteirização com consolidação de carga. Isso reduz os prejuízos com cobranças adicionais causadas por problemas como reentrega, estadia e otimização de carga. Ele oferece um alinhamento mais preciso do perfil e ocupação da carga ao transportador. Os mecanismos de planejamento e roteirização oferecidos pelo TMS incorporaram novas topologias de distribuição, encontrando a melhor modalidade baseando-se em custo entre LTL, FLT, Milk Run eDroop and Hook com múltiplas paradas.
A logística do século XXI estará cada vez mais precisa na medida em que acompanha as últimas tendências tecnológicas para apoiar suas operações. Daqui para frente, estar conectado a esse novo universo não será mais um diferencial, mas essencial para se manter vivo em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo.
*Diretor Executivo de Vendas da multitech Ninecon
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