Diante da alta do diesel, CNT defende repasse imediato dos novos custos para o valor dos fretes e reequilíbrio econômico-financeiro das concessões e permissões de transporte rodoviário de passageiros
A CNT (Confederação Nacional do Transporte), entidade de representação do setor de transporte no Brasil, defende a necessidade da recomposição imediata do preço do frete rodoviário em razão do reajuste anunciado pela Petrobras, nessa quinta-feira (10), de quase 25% no valor do óleo diesel, principal insumo do setor. Os novos valores começaram a ser praticados nesta sexta-feira (11) em todo o país. O Transporte Rodoviário de Cargas é um serviço essencial e se mostrou imprescindível durante a pandemia, contudo, é inviável que as empresas continuem absorvendo as altas dos preços do combustível.
A recomposição do preço do frete se justifica para evitar o colapso de inúmeras empresas transportadoras, que, antes mesmo desse novo reajuste, já vinham negociando com os seus clientes o repasse dos quase 50% de aumento no diesel registrado em 2021. Caso não haja o repasse imediato, a operação de transporte no Brasil corre o risco de se tornar inviável.
Da mesma forma, a CNT defende como urgente o reequilíbrio econômico-financeiro das concessões e permissões de transporte rodoviário de passageiros, de forma a garantir a manutenção dos serviços públicos, que são um direito constitucional dos usuários. O atual valor do principal insumo pode impedir as operações das empresas de transporte urbano, semiurbano, intermunicipal e internacional rodoviário de passageiros.
A Confederação também observa com preocupação os aumentos do preço do QAV (querosene de aviação). O insumo representa um terço dos custos das empresas áreas. A alta no preço do combustível pode inviabilizar diversas rotas áreas ou até mesmo encerrar a operação de empresas no Brasil.
Sem questionar a legitimidade da Petrobras em definir sua política de preços, a CNT alerta que a trajetória ascendente dos valores cobrados pelo insumo afeta diretamente a atividade transportadora, seja a do segmento de cargas ou o de passageiros, que já trabalham com margens muito reduzidas de lucro. Além disso, os sucessivos reajustes do preço cobrado em bomba devem ser repassados ao consumidor final.
“É claro que nos preocupamos com a população e com as consequências que o repasse desse aumento trará na vida das pessoas. Estamos atentos e muito preocupados com toda essa situação, mas o setor, infelizmente, não tem mais quaisquer condições de segurar esse aumento, que deve ser repassado imediatamente. No caso do transporte de passageiros, é urgente que os governos revisem as atuais política de subsídios para garantir a manutenção dos serviços à população. Ainda é preciso olhar para o setor aéreo que ainda absorve os impactos da pandemia. Do contrário, colocaremos em risco a própria sobrevivência de muitas empresas de transporte que são fundamentais para o desenvolvimento do Brasil”, afirma o presidente da CNT, Vander Costa.
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