Aumenta a presença de mulheres no setor de logística
A área de logística sempre foi predominantemente masculina, sendo um desafio constante para o setor de recursos humanos incluir cada vez mais mulheres na operação. Apesar de não haver um levantamento mais recente específico para o setor de logística, o Ministério do Trabalho e Emprego estima que a presença feminina no setor de carga e logística seja cerca de 17% do total de funcionários. Já uma pesquisa realizada pela empresa de recrutamento Gupy apontou que em 2020 houve uma alta de 229% na contratação do sexo feminino em áreas da logística, mostrando que a tendência da presença de mais mulheres no mercado está se consolidando, seja em áreas estratégicas ou operacionais.
A cultura da predominância masculina era extensiva ao Grupo Trino, empresa pernambucana com atuação em logística, armazenamento e serviços, mesmo com sua direção contando desde o início com uma mulher, Edla Couto. Atualmente o Grupo atua em outros estados do Nordeste, Norte e Sudeste do Brasil, e a decisão de aumentar a presença feminina representa hoje 20% do quadro do Grupo, um percentual significativo e que segue em crescimento, assim como a presença de colaboradoras 45+.
Para Gerson Barros, diretor de Logística do Grupo Trino, além do comprometimento, responsabilidade, ação e organização, é notável que as mulheres possuem outra característica: maior cuidado e zelo com os equipamentos. “O avanço da tecnologia dos equipamentos utilizados nas operações contribui para a inserção de mulheres na operação, pois requerem uma delicadeza e acompanhamento no uso. Um exemplo são as empilhadeiras elétricas que possuem joystick, o headset para a separação de produtos, o drone para realização dos inventários, entre outros itens”, diz Barros.
Já com as colaboradoras de mais idade, o diretor percebe outros ganhos, como o cuidado adicional com as outras pessoas e ações, sem o mesmo imediatismo dos mais jovens, e o fato delas aceitarem desafios e abraçarem a causa até a entrega. “Além disso, a estabilidade emocional e profissional faz com que essas mulheres sejam mais receptivas para ouvir retornos sobre seus trabalhos. E também elas não têm a necessidade constante de mudança, contribuindo para um tempo maior de atuação nas empresas, o que gera sentimento de segurança para ambos os lados”.
A gestão realizada por pessoas com mais idade proporciona ao time uma maior fluidez entre os liderados. Isso faz com que o nível de consciência do time, para enfrentar os desafios diários, fique elevado, principalmente pela experiência adquirida ao longo do tempo, com foco nas pessoas e no resultado. Um exemplo dentro do Grupo é Valéria Barbosa, coordenadora administrativa, há mais de 9 anos na Trino, sendo valorizada por sua dedicação e competência, independente do gênero ou idade. “Essa cultura inclusiva tem sido fundamental para o sucesso da empresa e para o desenvolvimento de todos os colaboradores”, afirma.
Outras duas colaboradoras também têm muita história para contar e experiência acumulada. Isabel Aquino, recepcionista, está há quase 13 anos na empresa e passou por diferentes setores, superou dificuldades, preconceitos e conta com a confiança e amizade da direção. Já Alessandra Moura, é agente de serviços gerais e recebe reconhecimento diário por sua dedicação ao trabalho. Alessandra é um caso de pessoa que entrou tardiamente no mercado formal de trabalho, aos 39 anos, e está até hoje no Grupo Trino, que foi o seu primeiro emprego. Para as duas, se sentirem bem acolhidas significa mais do que garantir o salário no fim do mês.
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