Advogada Cristina Wadner explica que a compra reflete uma prática comum no exterior, mas que enfrenta desafios no Brasil
A CMA CGM, terceira maior companhia de navegação do mundo, anunciou a compra de 48% da Santos Brasil por R$ 6,3 bilhões. Segundo a advogada marítima Cristina Wadner, essa transação ressalta uma tendência de verticalização que já ocorre em outros países, mas que enfrenta resistência no Brasil.
Wadner aponta que a verticalização é comum no transporte de carga geral, como soja e minérios, mas ainda enfrenta desafios no setor de contêineres no Brasil. Ela destaca que, em portos internacionais, a associação entre armadores e terminais aumenta o interesse em movimentar mais carga.
A advogada cita o exemplo da Brasil Terminal Portuário (BTP), controlada pela Maersk e MSC, como um caso de verticalização bem-sucedida. No entanto, a compra da Santos Brasil pela CMA CGM ainda depende da aprovação de órgãos reguladores, como o Cade e a Antaq.
Wadner ressalta que a CMA CGM tem interesse em modernizar a infraestrutura do terminal, facilitando o recebimento de navios com combustíveis menos poluentes e promovendo a transição para biocombustíveis.
Por fim, a especialista afirma que, desde que respeitadas as regras concorrenciais, não há irregularidades na verticalização, e que cabe à administração pública garantir a fiscalização e o planejamento adequados para evitar monopólios.