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Vendas globais de veículos elétricos cresceram 140% no primeiro trimestre
No Brasil, a frota de elétricos em circulação já soma 40 mil e começa a mudar a realidade, inclusive, das cadeias logísticas e de distribuição do País. Movimento acompanhado de perto pelo setor de intralogística, que também investe, cada vez mais, em máquinas e equipamentos elétricos para o transporte interno de produtos.
Assunto é um dos destaques da Intermodal, plataforma de negócios do setor.
Pensando em contribuir para um planeta mais sustentável e com menos emissão de poluentes na atmosfera, as principais montadoras do mundo – tanto de automóveis quanto de veículos comerciais leves, caminhões e ônibus – investem em modelos elétricos como alternativas para os clientes, sejam eles empresas ou consumidores finais. A cada dia, torna-se cada vez mais comum vermos novos modelos e iniciativas neste sentido serem anunciados ao mercado.
Com uma maior oferta de opções, cresce também a procura por estes tipos de veículos. É o que atesta o novo relatório da Agência Internacional de Energia (IEA), que aponta que, somente no primeiro trimestre de 2021, houve um aumento de 140% nas vendas globais de veículos elétricos, alcançando 1,1 milhão de unidades comercializadas no período. Com o resultado, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), a soma total de modelos movidos a energia supera a marca de 10,6 milhões mundo afora.
No Brasil não é diferente e a demanda por veículos elétricos, aos poucos, torna-se uma tendência. De acordo com o 1º Anuário Brasileiro de Mobilidade Elétrica, atualmente, há uma frota de 40 mil modelos eletrificados em circulação no território nacional e a expectativa é que este número cresça ainda mais, visto que cada vez mais empresas investem neste sentido por aqui.
É o caso da BYD, uma das maiores fabricantes globais de baterias e de veículos elétricos. “Somos pioneiros em eletromobilidade no Brasil e no mundo. Por aqui, fomos a primeira empresa a produzir tanto ônibus movidos a energia quanto caminhões elétricos de coleta de lixo (começamos com um único veículo e hoje já temos 50 espalhados pelo Brasil). Também temos as vans elétricas da marca, outra inovação da companhia, que lançamos ao mercado em 2016 (em um projeto piloto junto à DHL durante as Olimpíadas do Rio de Janeiro e que, atualmente, já são mais de 200 pelo País)”, diz o diretor de vendas da BYD Brasil, Henrique Antunes.
Ainda sobre a DHL, a operadora logística também é um exemplo de companhia que aposta nestes modelos de negócios mais sustentáveis. É o que diz o diretor de transportes da DHL Supply Chain Brasil, Ronny Almada. “Sim, essa é uma de nossas prioridades organizacionais, além de elemento estratégico para a preservação da sociedade e de nossos negócios. Em seu novo plano de sustentabilidade, o Deutsche Post DHL Group, do qual a DHL Supply Chain faz parte, anunciou um investimento global de 7 bilhões de euros até 2030, que inclui, entre outras metas, a eletrificação de até 60% da frota. No Brasil, a companhia também vem realizando aportes variados neste sentido, com foco em armazenagem e em transportes com características mais sustentáveis”.
Iniciativas que começam a mudar, inclusive, a realidade das cadeias logísticas e de distribuição do País, já que grandes companhias do mercado passam a olhar com mais atenção para este tipo de veículo e para os benefícios que ele oferece à toda a cadeia de suprimentos e de abastecimento. “Como a Via Varejo (dona das marcas Casas Bahia e Ponto Frio) que, recentemente, anunciou o investimento em nosso modelo de van elétrica para ampliar sua frota em São Paulo. O que é ótimo, já que, com grandes companhias investindo neste segmento, toda a cadeia que o compõe é beneficiada, visto que, quando uma empresa sai na frente e aposta em alguma inovação do mercado, as demais não vão querer ficar para trás. A partir disso, cria-se um ciclo e a tendência é que, cada vez mais, novos aportes cheguem ao setor”, acrescenta Antunes.
Sem dúvida, a principal vantagem dos veículos elétricos é a sustentabilidade e os menores impactos que causam ao meio ambiente, como uma menor emissão de gás carbônico na atmosfera. “Este é um dos primeiros pontos avaliados pelas companhias que buscam estes tipos de modelos em seus negócios, já que, quando se fala de caminhões elétricos, há zero emissão de poluentes. Há também a questão da redução de custos (os custos de um modelo movido a energia são bem menores dos que a combustão). E, por fim, há ainda o fator relacionado à imagem: as empresas, em geral, que investem em sustentabilidade são vistas com bons olhos”, pontua o executivo da BYD.
Já o diretor da DHL Supply Chain Brasil aponta outros benefícios. “Outra grande vantagem é a redução da poluição sonora, uma vez que os motores elétricos são muito silenciosos. O som que emitem é apenas do atrito do pneu com o asfalto. Para os condutores, o modelo oferece grande conforto interno, regulagem de volante, além de ser muito estável e desenvolver boas velocidades. Por fim, por ser elétrico, ele não tem restrições para trafegar na Zona de Máxima Restrição de Circulação – ZMRC de São Paulo”, complementa Almada.
Falando em distribuição, especificamente, Antunes ressalta os modelos elétricos da BYD, que são destaques no mercado logístico atualmente. “No que compete à eletromobilidade, apostamos muito em nossa linha de caminhões pequenos, que comportam até 7 toneladas, para entregas urbanas, e em nossa linha de caminhões médios (de 14 toneladas) para curtas distâncias. Em paralelo a isso, como comentei, temos as vans elétricas voltadas ao segmentos alimentício, de e-commerce e de varejo”, completa.
Intralogística
A eletromobilidade ganha cada vez mais destaque também no setor de intralogística, que compete na movimentação interna de produtos em armazéns, centros de distribuição e unidades fabris, com a utilização de equipamentos como empilhadeiras elétricas. Quem fala mais sobre isso é o gerente comercial da Jungheinrich Brasil, uma das líderes globais quando o assunto são soluções para este mercado, Raphael Souza.
“A eletromobilidade também vem crescendo muito no segmento nos últimos anos, visto que ainda é muito comum a utilização de equipamentos movidos a gás no País e o custo deste insumo no Brasil disparou, não sendo mais vantajoso mantê-lo. Em um comparativo rápido entre os dois modelos, com os custos atuais e utilizando como exemplo uma empilhadeira de 2,5 toneladas, a diferença é nítida: cada máquina a gás consome, em média, 6 mil reais por mês, enquanto uma elétrica gasta cerca de 600 reais”, salienta.
Outra vantagem, assim como nos veículos e caminhões elétricos mencionados acima, é a sustentabilidade dos equipamentos. “Uma empilhadeira elétrica praticamente não emite CO2 (ela não chega a ser zero carbono, porque possui uma matriz elétrica que emite um pequeno nível de gás, mas mínimo). Sendo assim, ao longo de toda a vida útil do equipamento, chegamos a ter cerca de 70% de redução nas emissões de gás carbônico no meio ambiente. Quem também se beneficia com isso é o operador da empilhadeira, que não precisa mais ficar inalando aquela substância nociva à saúde”, comenta.
No quesito produtividade, as empilhadeiras elétricas também não ficam atrás das tradicionais a combustão. Pelo contrário, elas atuam tão bem ou até melhor, reforça Souza. “Ainda existe um grande tabu no mercado de que máquinas elétricas não podem executar o mesmo trabalho que máquinas a combustão. Talvez pela falsa percepção de que o elétrico é mais frágil que um equipamento tradicional, o que não é verdade. Temos empilhadeiras elétricas atuando em áreas de mineração, por exemplo, que são conhecidas pelos terrenos adversos e desafiadores, nos quais se comportam muito bem, talvez até melhor do que máquinas a combustão”, finaliza o gerente comercial da Jungheinrich Brasil.
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