Na contramão da crise, Aparecida de Goiânia atrai empresas de fora e cria empregos

Na contramão da crise, Aparecida de Goiânia atrai empresas de fora e cria empregos

Enquanto a grande maioria dos municípios brasileiros, que ante a mais grave crise sanitária do mundo sofrem com o fechamento em larga escala de empresas e postos de trabalho, a cidade de Aparecida de Goiânia segue, felizmente, na contramão deste forte movimento de decrescimento. Dados da Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz) e da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), divulgados no final de 2020, apontam que mesmo após um ano atípico, a economia da cidade, que integra a Região Metropolitana de Goiânia, registrou crescimento. Entre janeiro e novembro de 2020, Aparecida atraiu 1.281 novas empresas, número 2,65% maior em relação ao mesmo período de 2019. O município ainda fechou o ano passado com um saldo positivo de 3.937 novas vagas de trabalho, conforme informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

Para o economista Adalberto Bregolin, a cidade vem se destacando porque, potencializando sua localização geográfica, ela vem recebendo também empreendimentos logísticos, preparados para receber indústrias e operadoras logísticas que estão vislumbrando vantagem competitiva em estar em uma região centralizada e, portanto, de fácil escoamento de mercadorias para todo País.

“Aparecida está ganhando o papel único na economia do Centro-Oeste e do próprio País, pois interliga as regiões Norte/Sudeste/Sul. O município tem todas as condições para se consolidar como um hub logístico. Além de sua posição geográfica, também dispõe de áreas para receber empreendimentos de grande porte, e dos mais variados segmentos”, explica Adalberto Bregolin. Para se ter ideia desse enorme crescimento econômico que vem sendo experimentado por Aparecida nos últimos anos, em 2009 o município contabilizava pouco mais de 6 mil empresas ativas, hoje já são mais de 56 mil.

Vindas de várias partes do Brasil, já são muitas as empresas que se instalam em Aparecida de Goiânia visando justamente aproveitar esse enorme potencial industrial e logístico. É o caso da Transporte Maroso, com sede em Palotina, no Paraná, mas que há cinco anos iniciou suas operações no município. “Com filiais também em Campinas (SP), Naviraí (MS) e em Lençóis Paulista (SP), temos uma atuação nacional e a nossa vinda para Aparecida foi muito importante para mantermos o nosso padrão de qualidade, já que é uma cidade margeada por um dos maiores entroncamentos rodoviários do País, cortada pela quinta maior rodovia brasileira, a Transbrasiliana (BR-153). Daqui, dá para distribuir com agilidade para todo País”, explica o empresário Andrei Augusto Maroso, fundador e proprietário da Transportes Maroso.

Mais do que área
Porém, mais do que área disponível para receber as indústrias e empresas logísticas, é preciso investir também em infraestrutura adequada para os negócios. Esse é um dos motivos por que o Global Park vem se destacando  entre as empresas da cidade. Ele foi escolhido por Maroso para receber a ampliação de sua sede. O bairro logístico terá 900 mil m² planejados para receber de fábricas e operadores logísticos. Com lotes que vão de 2.800 m² a 25.000 m², contará com estrutura urbana completa, com água, energia, rede de esgoto, asfalto CBUQ – durável e resistente – e fibra óptica com alta velocidade de dados. “Avaliamos também como um investimento patrimonial importante para empresa”, esclarece o executivo.

Além da localização central, uma característica importante do Global Park é o fato de ele estar em uma região industrial, atribuição definida pelo plano diretor da cidade. Em outras palavras, a empresa tem tranquilidade para trabalhar, pode ampliar sua estrutura, ter vários turnos de trabalho, sem o risco de ter suas atividades limitadas por incomodar a vizinhança que, no caso, não deve existir ali.

“O fato de ter uma legislação definindo o uso do solo, traz essa segurança jurídica para o empresário fazer investimentos para crescer, pois é comum que empresas em região sem essa definição sejam impedidas de ampliar porque suas atividades incomodam a vizinhança. Foi um avanço do poder público fazer essa definição em sua legislação porque a cidade passa a garantir a vinda das empresas e junto com ela, emprego e renda”, diz Bregolin, que também é diretor comercial do loteamento.

Com projeto capitaneado por um grupo de nove investidores, entre empresas do ramo de logística, de transporte, e de outros setores, o bairro industrial tem como diferencial ruas com 18 metros de largura, que são ideais para manobras de grandes carretas e veículos bitrens.

“O Global Park é um empreendimento pensado justamente para atender essa demanda de indústrias e operadoras logísticas que buscam o lugar certo para se instalar e se modernizar, fazendo frente às novas necessidades do mercado, tanto de aumento de produtividade, quanto de ganho de escala, redução de custos e agilidade na entrega de seus produtos”, detalha Bregolin.

Competitividade
Seus números favoráveis colocam Aparecida entre as cidades mais competitivas do Brasil e de Goiás. Segundo último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o município é o 78ª no ranking nacional dos maiores PIB’s. No cenário estadual, ocupa a terceira colocação no ranking das cidades mais ricas, sendo responsável por 6,8% de toda riqueza produzida em Goiás.

Esse desenvolvimento econômico se acentuou especialmentes nos últimos dez anos, com um importante incremento na infraestrutura urbana da cidade, como a construção de grandes obras viárias, entre elas o  do Eixo NS1 ou Eixo Norte-Sul 1, que é hoje a maior avenida da cidade com 13,5 quilômetros, ligando o setor Jardim Bela Vista (na divisa com Goiânia) à região dos polos industriais de Goiânia no leste do município. “Nos últimos anos, nossa cidade vem ganhando destaque no cenário nacional e isso graças ao trabalho planejado da administração que vem criando meios de facilitar a vinda de empresas”, afirma o secretário de Desenvolvimento Econômico da cidade, Marlúcio Pereira.

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