VLI tem crescimento de indicadores financeiros no acumulado do 3º trimestre
Custo do transporte de cargas desafia setor em Minas Gerais
Setor enfrenta alta de até 15% nos custos e busca soluções coletivas para 2025.
O setor de transporte de cargas no Brasil teve um 2024 marcado por desafios. Em Minas Gerais, o impacto foi significativo, com aumento nos custos de manutenção, insumos e equipamentos estimado entre 14% e 15%, segundo Antonio Luis da Silva Junior, presidente do Setcemg (Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais). Apesar disso, as transportadoras enfrentam dificuldades para repassar os custos ao valor do frete, acentuando a defasagem tarifária.
Para 2025, o Setcemg planeja intensificar iniciativas, como cursos de capacitação e eventos itinerantes, além de ampliar sua presença em fóruns estratégicos. A entidade também inaugurou delegacias regionais, como a de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, para descentralizar os serviços e atender melhor as transportadoras. “Precisamos de mais união para superar as adversidades e garantir melhores condições ao setor”, destaca Silva Junior.
Entre os problemas críticos está a insegurança jurídica causada por decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), como a revisão da Lei do Motorista. A decisão declarou inconstitucionais diversos pontos, afetando regras sobre jornada de trabalho e descanso dos motoristas, o que, segundo Silva Junior, agrava atrasos no transporte e eleva custos operacionais.
Outro tema preocupante é a proposta de regulamentação da reforma tributária pelo PLP 68/2024. O setor teme aumento na carga tributária, que pode chegar a 25%, segundo o dirigente. “A eliminação de deduções fiscais elevará ainda mais os encargos, prejudicando a competitividade do segmento”, alerta.
Além disso, a precariedade das rodovias continua a impactar o transporte. Pesquisa CNT de Rodovias 2024 aponta que 67,5% das vias estão em condições regulares, ruins ou péssimas, aumentando custos operacionais em até 32,7% no país e 37,2% em Minas Gerais. Silva Junior defende maior investimento em infraestrutura para reduzir os prejuízos causados por atrasos, degradação ambiental e riscos à segurança dos motoristas.
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