Especialista destaca desafios no Porto de Santos e ABC Paulista
Rodovias são responsáveis por 62,2% do transporte de cargas no Brasil, mas enfrentam desafios significativos nas regiões do ABC Paulista e Complexo Portuário de Santos.
As rodovias desempenham um papel crucial no transporte de cargas no Brasil, especialmente no setor de alimentos e bebidas, que movimenta grande parte das estradas. No entanto, regiões como o ABC Paulista e o Complexo Portuário de Santos enfrentam desafios significativos, conforme discutido no seminário “Desafios Atuais do Transporte Rodoviário de Cargas no Brasil: Uma Visão para a Macrorregião do ABC e do Porto de Santos”, realizado pela LGK Gestão & Governança, em parceria com o SINDISAN e o SETRANS ABC.
Entre os principais desafios, o planejamento de demanda é visto como o maior gargalo. Segundo o professor Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral, o transporte rodoviário de cargas é o modal que apresenta menos avanços em planejamento comparado a outros meios. Outras dificuldades incluem baixa eficiência no tempo de processamento de pedidos, atrasos nas entregas e uma limitada adoção de tecnologias como inteligência artificial e automação.
O seminário também destacou mudanças no cenário de exportação brasileiro, onde a China assumiu o papel de principal parceiro comercial do Brasil, anteriormente ocupado pelos Estados Unidos. A crescente demanda por transporte de alimentos e bebidas nas rodovias, responsável por 91,4% do volume transportado, foi outro ponto de discussão. A expectativa é que o volume de tráfego nas rodovias aumente até 2035.
O Porto de Santos, vital para o transporte de manufaturados no Brasil, também foi discutido. Resende apontou que, para se manter competitivo, o porto deve focar na especialização e integração com outros modais, como ferrovias e navegação de cabotagem. A segurança nas vias de acesso ao porto e a burocracia no despacho de cargas são pontos críticos que precisam de atenção para melhorar a eficiência logística.
A análise SWOT apresentada no seminário identificou o Porto de Santos como uma peça-chave no comércio brasileiro e internacional, destacando suas oportunidades e ameaças. Entre os pontos fracos, o congestionamento nas vias de acesso e a falta de integração tecnológica com os operadores de transporte foram destacados como desafios a serem superados.
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