Absorção líquida de galpões industriais quase triplica no segundo trimestre
Demanda crescente por condomínios industriais e logísticos impulsiona aumento significativo na absorção líquida e diminuição da taxa de vacância, segundo a Binswanger.
A demanda por condomínios industriais e logísticos, especialmente por empresas de bens de consumo, fez a absorção líquida de galpões aumentar no segundo trimestre de 2024. A diferença entre o total de áreas contratadas e devolvidas cresceu nacionalmente, diminuindo a taxa de vacância, conforme levantamento da consultoria Binswanger.
Empresas de varejo e e-commerce lideraram as locações, ocupando 219,02 mil metros quadrados. Os setores de transporte e logística, vestuário e acessórios, e farmacêutico também tiveram destaque com 67,52 mil, 59,95 mil e 46 mil metros quadrados respectivamente, de acordo com a Binswanger.
O Mercado Livre, principal inquilino de galpões no Brasil, alugou 111,1 mil metros quadrados em Guarulhos (SP) e 49,75 mil metros quadrados em Cajamar (SP), as duas maiores locações do trimestre. A Shopee, a sexta maior ocupante de condomínios logísticos no setor de comércio eletrônico, fez a segunda maior contratação com 70,75 mil metros quadrados em Cajamar e 37,95 mil metros quadrados em Duque de Caxias (RJ). A distribuidora de medicamentos Santa Cruz também destacou-se ao alugar 41,46 mil metros quadrados na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Entre as operações intermediadas pela Binswanger no primeiro semestre, destacam-se quatro locações da Shopee e a venda de um ativo em Caçapava (SP) para um investidor, com aluguel para a Lusitana.
No segundo trimestre, a absorção líquida nacional de áreas de condomínios industriais e logísticos aumentou 2,74 vezes, passando de 224 mil para 614 mil metros quadrados. A taxa de vacância caiu de 11% para 10,2%, apesar do aumento do estoque de 20,197 milhões para 20,690 milhões de metros quadrados. A Binswanger estima a entrega de 1,91 milhão de metros quadrados na segunda metade do ano, com vacância mantendo-se entre 10% e 11%.
O preço médio por metro quadrado locado diminuiu de R$ 25,49 no primeiro trimestre para R$ 25,14 no segundo, mas a consultoria prevê estabilização dos preços nos próximos meses.
São Paulo liderou as absorções líquidas estaduais com 393 mil metros quadrados, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro com 141 mil e 41 mil metros quadrados, respectivamente. No Rio Grande do Sul, a absorção bruta foi de 33 mil metros quadrados, com a taxa de vacância caindo de 7,5% para 1,4%, refletindo a maior tragédia climática do estado no segundo trimestre.
No período de abril a junho, Pernambuco, Distrito Federal, Ceará e Pará tiveram absorções líquidas negativas, com devoluções superando as contratações de novas áreas em 2 mil, 3 mil, 7 mil e 8 mil metros quadrados respectivamente.
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