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ESG e felicidade: qual a relação?
*Por Rogério Baldauf
Não vem de hoje o entendimento de que a responsabilidade pelo meio ambiente e pelas questões sociais é de todos, não apenas de ações governamentais. A partir disso, as corporações foram chamadas a colaborar com o futuro do planeta e o bem-estar da sociedade.
Ainda que já fossem implementadas pontualmente antes, a popularização da sigla ESG (Meio ambiente, Social e Governança, na tradução dos termos em inglês) difundiu a importância das práticas de sustentabilidade, preocupação com a comunidade e ética. A própria atenção dos consumidores em relação a esses temas também exigiu das empresas um posicionamento.
Quando pensamos em práticas ESG, geralmente, a primeira associação feita com a sigla se relaciona às iniciativas de sustentabilidade e preservação do meio ambiente. Ocorre que, agora, uma pesquisa mostra que a sigla também proporciona felicidade.
O levantamento, feito pela startup Humanizadas afirma que 85% dos colaboradores de empresas que adotam práticas ESG estão mais felizes com as posições que ocupam no trabalho. O resultado contrasta com o de outra pesquisa, feita pelo LinkedIn, que mostra que, em média, 60% dos profissionais estão insatisfeitos com o emprego atual.
O Índice de Confiança da consultoria Robert Half analisa essa questão e aponta alguns caminhos para entendermos a relação entre ESG e felicidade. O primeiro deles tem a ver com a atração de talentos, uma vez que os profissionais consideram cada vez mais as ações sociais, ambientais e de governança na hora de aceitar uma proposta de trabalho.
Além da valorização dessa característica, as práticas sustentáveis das empresas também são responsáveis por essa sensação de felicidade dos colaboradores. As iniciativas colocam as equipes como parte fundamental para a mudança e isso estimula mais os profissionais, inclusive fora do ambiente de trabalho, a fazer a diferença para o mundo.
A consultoria identifica, ainda, que as práticas ESG melhoram os ambientes corporativos, especialmente no que diz respeito aos valores e ao senso de propósito e pertencimento dos colaboradores. E essa felicidade mencionada na pesquisa tem relação com o desenvolvimento de competências estratégicas, uma vez que essas corporações se tornam mais propícias à inovação e à criatividade.
Aos argumentos que já tornavam as práticas ESG indispensáveis para as corporações, agora, soma-se mais um a essa lista. Além de pensarmos no meio ambiente e no bem-estar da comunidade, adotando essas ações, também estamos contribuindo para ambientes corporativos mais felizes. E, só temos a ganhar com isso.
*Managing Director na Schmersal Brasil
Foto: Divulgação