Vacância de condomínios industriais cai de 7,5% para 2% no RS

 Vacância de condomínios industriais cai de 7,5% para 2% no RS

O desastre climático sem precedentes do Rio Grande do Sul já impactou a taxa de vacância de condomínios industriais. No segmento, 66% do estoque gaúcho se localiza em regiões que sofreram alagamento, de acordo com levantamento da Binswanger. Após a tragédia, a parcela de áreas vagas em relação ao estoque total do segmento despencou de 7,5%, no fim de março, para 2%, conforme o levantamento da Binswanger.

A pesquisa da consultoria leva em conta a totalidade de condomínios de galpões logísticos e industriais do estado no encerramento do primeiro trimestre, quando o número de empreendimentos com esse perfil chegava a nove, distribuídos em Gravataí, Canoas, Cachoeirinha, Esteio, Nova Santa Rita e Porto Alegre. A área dos projetos totaliza 507 mil metros quadrados, mas 333 mil metros quadrados – o equivalente a 66% – estão em regiões alagadas.

Como consequência do excesso de chuvas, a vacância caiu consideravelmente, reduzindo o mercado de galpões industriais ao estoque de 241 mil metros quadrados da região de Gravataí e Cachoeirinha. Os 34% do estoque do Rio Grande do Sul que fazem parte de regiões não inundadas correspondem a 241 mil metros quadrados.

Vale lembrar que os impactos no segmento de galpões não se restringem aos alagamentos registrados em parte dos projetos. As movimentações de produtos ficaram mais difíceis no estado por conta de interrupções totais ou parciais do tráfego em algumas estradas, e não há previsão de quando as operações do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, serão retomadas.

Houve suspensão do funcionamento de fábricas – ainda que algumas estejam retomando suas atividades – e consequências do excesso de chuvas em operações de empresas, afetando vários setores da economia por sua vez. E indústrias de outras regiões do país também têm sido impactadas pela falta ou diminuição do fornecimento de componentes produzidos em território gaúcho.

A reconstrução da infraestrutura do Rio Grande do Sul deve levar uma década, segundo estimativa da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib).

O excesso de chuvas no Rio Grande do Sul adicionou incertezas em relação à economia brasileira, contribuindo para as recentes revisões para baixo de estimativas em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e para cima das projeções para a taxa básica de juros e para a inflação oficial brasileiras no fim deste ano.

A tragédia climática do estado é mais uma consequência do aquecimento global. Até a catástrofe ambiental ainda em curso, o maior desastre hídrico do Rio Grande do Sul tinha sido registrado em 1941.

Foto: Freepik

Artigos relacionados