25 anos de e-commerce no Brasil: o que esperar para o futuro?
Loja virtual, marketplace, hub, frete grátis, fulfillment e tantos outros termos se tornaram comuns no dia a dia de quem trabalha no varejo online. Com 25 anos de história no Brasil, podemos afirmar que hoje o e-commerce é um dos setores mais prósperos da economia nacional.
Dos 14 kbps ao 5G
Quando as primeiras operações do comércio eletrônico surgiram, usávamos internet discada de 14 kbps — quem lembra? Além das limitações de velocidade, layout, qualidade de imagens e navegabilidade, havia certa estranheza entre empreendedores e usuários. Mas os empresários mais visionários apostaram na ideia.
- O Ponto Frio, por exemplo, foi um dos primeiros a estender a operação ao ambiente virtual — hoje representado pelo grupo Via Varejo;
- Já o Submarino, do B2W Marketplace, nasceu como Booknet e hoje é referência na venda de eletrônicos;
- Somente perto dos anos 2000 nasceu o Mercado Livre, que veio a se consolidar como maior marketplace da América Latina;
- Em 2012 tivemos a tão aguardada chegada da Amazon ao Brasil, acirrando ainda mais a concorrência no varejo online;
- Netshoes, Dafiti, Americanas.com, Magalu, Wish, Shopee, Elo7 e tantas outras plataformas completam a lista de maiores marketplaces ativos no país.
A tecnologia e o crescimento do e-commerce
Em 2020, duas décadas e meia após o início do e-commerce no Brasil, saltamos dos 14 kbps para internet banda larga, conexão 5G, compras via mobile e entregas realizadas de um dia para o outro. Para acompanhar esse crescimento, setores como indústria, logística, TI e comunicação precisaram buscar cada vez mais inovação. O esforço está dando certo, visto que a curva de faturamento no comércio é ascendente:
- 2001: R$ 550 milhões
- 2003: R$ 2,5 bilhões
- 2007: R$ 6,3 bilhões
- 2012: R$ 22,5 bilhões
- 2015 R$ 41,3 bilhões
- 2019: R$ 61,9 bilhões
No primeiro semestre de 2020 tivemos a maior alta do setor nos últimos 20 anos: o faturamento das lojas online cresceu 47%, totalizando R$ 38,8 bilhões entre janeiro e junho. De acordo com o estudo, 41 milhões de brasileiros são consumidores ativos no e-commerce, além de 7,3 milhões de novos usuários.
Sabemos que pandemia do novo coronavírus teve forte impacto nessa crescente, pois muitas pessoas viram lojas virtuais, marketplaces e compras por redes sociais como alternativa para evitar o varejo físico. Em novembro, oito meses após o início das medidas de distanciamento social, o comércio eletrônico se manteve aquecido. Somadas, Black Friday e Cyber Monday tiveram 13,01 milhões de pedidos e faturaram R$ 7,7 bilhões, crescimentos de 21,9% e 27,7%, respectivamente, em relação à edição de 2019.
O que esperar para o futuro?
É sempre difícil fazer previsões, mas o balanço dos últimos anos permite traçar algumas tendências para os anos que estão por vir.
Conforme adiantou o portal E-commerce Brasil, a expectativa da Ebit|Nielsen é de que o setor cresça 26% em 2021, atingindo um faturamento de R$ 110 bilhões. A cifra deverá ser puxada, principalmente, pelos marketplaces. Alimentos e Bebidas; Arte e Antiguidade; Bebês e Cia; Casa e Decoração e Construção são as categorias com maior potencial para se destacar, aposta a plataforma.
Consumidores cada vez mais exigentes
O varejo online é um setor que historicamente andou a passos largos no Brasil. Por isso, espera-se que nos próximos anos surjam cada vez mais soluções de logística, softwares e modelos de gestão capazes de oferecer mais agilidade e eficiência ao e-commerce.
Importante levar em consideração que os usuários estão mais exigentes. Hoje, buscam marcas que transmitam credibilidade por meio de preços atrativos, rapidez e atenção com o cliente. Se você quer que sua loja virtual tenha longevidade, analise o mercado, estude o perfil do seu cliente, escolha bons parceiros, invista em tecnologia e valorize a experiência humanizada.
Talvez os pedidos sejam feitos por assistentes de inteligência artificial, faturados por reconhecimento de retina e entregues por drones — quem sabe? O que eu posso afirmar neste momento é que só terá sucesso no e-commerce do futuro quem unir conhecimento e inovação.